Monumentos de Portugal 28 junho, 2019

Castelo dos Mouros: uma das relíquias históricas de Portugal

Construído sobre as rochas da Serra de Sintra, o Castelo dos Mouros estende-se sobre o cume de um dos seus montes. 

 

 

O  Castelo dos Mouros é uma fortificação construída no século X, após a conquista muçulmana da Península Ibérica. 

Duas muralhas contornam a serra de forma irregular, por entre penedos, florestas e sobre íngremes penhascos, tornando-se uma atração turística popular da região.

 

 

 

 

Ao longo dos chamados “caminhos de ronda” das muralhas, que incluem centenas de degraus devido aos desníveis acentuados entre as torres, é possível admirar uma paisagem única sobre a Vila de Sintra, o Palácio da Pena, e toda a sua envolvência rural que se estende até ao Oceano Atlântico. A vista é espetacular!

 

 

Construído como uma fortaleza, o castelo não possui áreas internas, somente as muralhas e algumas torres que se esparramam pelas colinas de Sintra.

O local mantém o charme de uma ruína medieval, com uma floresta densa em torno das muralhas, oferecendo um agradável passeio.

 

 

Confira os detalhes de suas estruturas históricas:

 

  1. Segunda cintura de muralhas 

 

O Castelo dos Mouros possui uma segunda cintura de muralhas utilizada para proteger os bairros e a população que se instalou na vertente do castelo. Os castelos transmitiam segurança à população e esta tendia a fixar-se nos arredores da fortificação. Para proteger a população, os animais e as colheitas, foi construída esta segunda linha de muralha, evidenciando a existência de um povoado.

 

 

  1. Silos

 

Os silos são estruturas escavadas na rocha para armazenar cereais e leguminosas. Esta técnica de conservação dos alimentos, documentada desde a pré-história, foi introduzida nesta região pelos povos muçulmanos.

 

 

  1. Casas Islâmicas – Área arqueológica 

 

Além dos alicerces de moradias e da existência de silos, foram encontrados objetos típicos da cultura islâmica dos séculos X a XII. Dentre eles, havia artefatos confeccionados com ossos e marfim e também vestígios de animais de caça (veado e javali) e de criação (ovelha e cabra), além de sementes de favinha, pêssego, abrunho e azeitonas, permitindo aos estudiosos analisar os costumes e a forma de organização do povoado no período da ocupação moura na Península Ibérica.

 

  1. Túmulo

 

Durante as obras de revitalização do Castelo dos Mouros, promovidas por D. Fernando II, foram provocados danos à necrópole cristã existente junto à Igreja de São Pedro de Canaferrim. Por isso, foi levantado um pequeno túmulo para sepultar as ossadas encontradas e gravado, em pedra, o símbolo de um crescente e uma cruz, com os seguintes dizeres: “O que o homem juntou, só Deus poderá separar“, por não ser possível identificar se eram restos humanos cristãos ou muçulmanos.

 

 

  1. Igreja de São Pedro de Canaferrim – Centro de Interpretação do Castelo

 

No século XII foi erguida uma igreja dedicada a São Pedro de Canaferrim, constituindo a primeira igreja paroquial de Sintra. A partir de 1840, foi transformada por D. Fernando II em uma ruína romântica.

Atualmente, o local abriga o Centro de Interpretação do Castelo, com uma exposição permanente dos objetos recolhidos nas escavações arqueológicas e da história do Castelo.

 

 

  1. Antigas cavalariças – Área arqueológica – Centro de Apoio ao Visitante

 

Nesta área encontramos diversas estruturas antigas que ajudavam no funcionamento do Castelo em variados séculos, como as antigas cavalariças, que foram usadas para criação e abrigo de animais.

As instalações receberam adaptações para sediar o Centro de Apoio ao Visitante nos dias de hoje.

 

 

  1. Cisterna

 

A Cisterna possui cobertura em abóbada, remanescente do período islâmico, e tem capacidade de armazenamento de cerca de 600 metros cúbicos de água. Os blocos de granito utilizados na construção apresentam sinais de reaproveitamento de outra estrutura pré-existente. 

No seu interior, brota a nascente que abastecia o Palácio Nacional de Sintra e que, como nunca secou, sustenta a lenda de que um rei mouro teria sido sepultado sob o curso d’água. O poeta Gil Vicente menciona essa lenda no poema “Triunfo de Inverno” do século XVI.

 

 

  1. Praça de Armas

 

A praça das armas é a área mais ampla do Castelo, utilizada no passado para exercícios militares. As reformas realizadas por D. Fernando II, no século XIX, transformaram este espaço em um local bucólico e de descanso, ideal para contemplar os traços mouriscos, como os da falsa porta de arco em ferradura. 

 

 

  1. Porta da Traição

 

Uma característica comum às fortalezas é a existência de uma porta secreta em uma parte mais acidentada e pouco frequentada, para ser usada para saídas discretas ou como rota de fuga. Por se tratar de uma abertura no espaço muralhado, também permitia o acesso do inimigo ao interior, recebendo por isso o nome de “porta da traição”.

 

 

  1. Alcáçova

 

A alcáçova foi construída sobre as antigas fundações muçulmanas. Este espaço está ligado à Torre de Menagem e ali residiam as autoridades civis ou eclesiásticas. Erguida num dos pontos mais elevados, é o centro estratégico da fortificação, sendo o último reduto de resistência do castelo, em caso de ataque inimigo. De lá podemos desfrutar de um belíssimo cenário no horizonte, enquanto buscamos identificar as construções avistadas em meio à paisagem.

 

 

Caminhar pelo adarve (o caminho estreito sobre os muros das fortalezas), por onde soldados faziam a ronda ou se postavam para enfrentar os inimigos, nos transporta para séculos passados.

É muito interessante observar como a construção acompanha o traçado do terreno irregular, sendo completada por rampas e escadarias de interligação em meio à maravilhosa paisagem!

 

 

Vale a pena visitar o Castelo dos Mouros e conhecer este monumento nacional incrível na Serra de Sintra!

 

Confira em nosso vídeo as descobertas históricas e desfrute da vista incrível proporcionada por esse grande monumento de Portugal!